SOBRE O CAMINHO DO QUEIJO PAULISTA

Para valorizar a produção queijeira de São Paulo e mostrar aos próprios paulistas - e para o mundo - que queijo artesanal bom não precisa vir de fora do Estado ou do país, dez pequenos produtores se articularam inicialmente para formar o Caminho do Queijo Artesanal Paulista em setembro de 2017. Apadrinhado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado, o projeto foi realizado pela Coentro Comunica, agência de comunicação especializada em gastronomia. O projeto visa a criação de um selo de qualidade que identifique as queijarias de alto padrão, valorizando e impulsionando a produção local, e conta com um mapa para visitação, um manifesto, além páginas nas redes sociais Facebook e Instagram. Ganhou, em 2018, dois novos membros e, este ano, mais três novos membros. 

Atualmente, integram o Caminho do Queijo Artesanal Paulista 17 das mais reconhecidas e premiadas queijarias artesanais do estado: Fazenda Atalaia (Amparo), Fazenda Santa Helena (Sete Barras), Fazenda Santa Luzia (Itapetininga), Laticínio Artesanal Montezuma (São João da Boa Vista), Leiteria Santa Paula (São João da Boa Vista), Pardinho Artesanal (Pardinho), Pé do Morro (Cabreúva), Queijaria Belafazenda (Bofete), Queijaria Rima (Porto Feliz), Cabanha Mulekinha (Ibiúna), Lano-Alto (Catuçaba), Q.JO Martina (Boituva), Capril do Bosque (Joanópolis), Nata da Serra (Serra Negra), Jeito de Mato (Fernandópolis), Queijaria Santa Vitória (Queluz) e Terra Límpida (Cássia dos Coqueiros).

Em contraponto a outros estados brasileiros que seguem tradições à risca, reproduzindo modos de preparo seculares e já reconhecidos oficialmente, a produção queijeira paulista aposta na inovação, com o desenvolvimento de novas receitas, o que possibilita que os 17 produtores envolvidos no projeto ofereçam mais de cem tipos de variedades diferentes. Há queijos de vaca, búfala, cabra, ovelha e mistos, em variedades frescas, curadas (em câmaras de maturação ou cavernas subterrâneas), temperadas e feitas à base de leite cru ou pasteurizado, exigência legal ainda vigente para a receitas maturadas por menos de 90 dias.

Para divulgar a iniciativa, foi criado um manifesto com os princípios, ideais e reivindicações do grupo, além de um mapa, que identifica as queijarias participantes e detalha as atrações que cada uma oferece em sua propriedade - degustação, visita guiada, almoço temático, etc, buscando assim atrair visitantes para passeios no campo. A ideia é reaproximar os consumidores dos pequenos produtores e chamar a atenção do Poder Público, atraindo subsídios e respaldo jurídico.   

O mapa do Caminho do Queijo Artesanal Paulista deve ganhar novas edições, com a incorporação de mais queijarias ao grupo, desde que sua produção siga os preceitos expressos do manifesto, isto é, que seja feita em pequena escala, com a predominância dos processos manuais e utilização exclusiva de leite produzido na própria queijaria ou arredores.